segunda-feira, abril 16, 2007

Observar

O tempo é o meu maior inimigo!
Digo-o porque corre sem parar, sem descansar e sem me dar descanço.
Por vezes quero escrever e descarregar aqui o que sinto, mas sinto que nem tempo tenho para pensar em tal!
Hoje dei conta de uma coisa que já sabia, mas não nunca tinha tentado descrever.
Adoro observar, qualquer coisa, estar quieto e ver o Mundo a girar, mas são tão poucas as vezes que tenho o previlégio de o fazer que me esqueci do prazer.
Por vezes, é a pergunta sempre impertinente de alguém ao teu lado, que te indaga o que pensas, e que não acredita que básicamente não existem pensamentos na massa cinzenta, apenas um flutuar, um divagar, um pensar em tudo e em nada ao mesmo tempo. Irrita-me tanto que me interrompam nesses momentos e dessa maneira, porque sinto-me como um inútil a tentar justificar o injustificável...
Ao mesmo tempo, destesto ser observado, da forma que for, especialmente se estiver num momento desses. Da mesma maneira que não consigo "cochilar" no meu carro no meio de um parque de estacionamento.
Começo a pensar que me importo afinal com o que as pessoas pensam de mim... o que me confunde, porque basicamente não me importa o que essas pessoas possam pensar, porque a única coisa que acaba por realmente me ser importante é sentir que sou aceite pelos amigos pela maneira que sou...
Finalmente acho que vou poder desfrutar do meu espaço, estou a programar um passeio pelo Gerês para a semana com uns amigos...

Só espero que me deixem saborear o momento e poder deixar o meu pensamento flutuar pela imensidão da serra.
Ainda me lembro de um recanto, onde existe um pasto maravilhoso qual manto verdejante, onde me deitei uma tarde inteira a olhar o céu...  no meio da serra sinto-me feliz!

Até já!

3 comentários:

Anónimo disse...

Foi bom ver-te, sobretudo ver-te feliz. Foi bom conversar contigo e saber que ainda o podemos fazer. E ir embora a pensar que o devíamos fazer mais vezes. *

Anónimo disse...

Algum tempo atrás, li um livro que comparava a vida com uma viagem de comboio.
Uma leitura extremamente interessante, quando é bem interpretada…
A vida não é mais do que uma viagem de comboio:
Repleto de embarques e desembarques, salpicado por acidentes, surpresas agradáveis em algumas estações e profundas tristezas noutras.
Ao nascer, subimos para o comboio e encontramo-nos com algumas pessoas que acreditamos que estarão sempre connosco nesta viagem: os nossos PAIS.
Lamentavelmente, a verdade é outra.
Eles sairão em alguma estação, deixando-nos órfãos do seu carinho, amizade e da sua companhia insubstituível.
Apesar disto, nada impede que entrem outras pessoas que serão muito especiais para nós.
Chegam os nossos irmãos, amigos e esses maravilhosos amores.
De entre as pessoas que apanham este comboio, também haverá quem o faça como um simples passeio.
Outros, só encontrarão tristeza nessa viagem…
E outros também, que circulando pelo comboio, estarão sempre prontos para ajudar quem precisa.
Muitos, quando descem do comboio, deixam uma permanente saudade…
Outros passam tão despercebidos que nem reparamos que desocuparam o lugar.
Às vezes, é curioso constatar que alguns passageiros, que nos são muito queridos, se instalam noutras carruagens, diferentes da nossa.
Assim, temos de fazer o trajecto separados deles.
Mas, nada nos impede que, durante a viagem, percorramos a nossa carruagem com alguma dificuldade e cheguemos até eles…
Mas, lamentavelmente, já não nos poderemos sentar ao seu lado, pois estará outra pessoa a ocupar o lugar.
Não importa. A viagem faz-se deste modo: cheio de desafios, sonhos, fantasias, esperas e despedidas… mas nunca de retornos.
Então, façamos esta viagem da melhor maneira possível…
Tratemos de nos relacionar bem com todos os passageiros, procurando em cada um, o melhor deles.
Recordemos sempre que em algum ponto do trajecto, eles poderão hesitar ou vacilar e, provavelmente, vamos precisar de os entender…
Como nós também vacilamos muitas vezes, sempre haverá alguém que nos compreenda.
No fim, o grande mistério é que nunca saberemos em que estação vamos sair, nem, muito menos, onde sairão os nossos companheiros, nem sequer, aquele que está sentado ao nosso lado.
Fico a pensar se, quando sair do comboio, sentirei nostalgia…
Acredito que sim.
Separar-me de alguns amigos com quem fiz a viagem, será doloroso.
Deixar que os meus filhos sigam sozinhos, será muito triste.
Mas agarro-me à esperança que, em algum momento, chegarei à estação principal e terei a grande emoção de vê-los chegar com uma bagagem que não tinham quando embarcaram.
O que me fará feliz, será pensar que colaborei para que a sua bagagem crescesse e se tornasse valiosa.
Meu amigo, façamos com que a nossa estadia neste comboio seja tranquila e que tenha valido a pena.
Esforcemo-nos para que, quando chegue o momento de desembarcar, o nosso lugar vazio deixe saudades e umas lindas recordações para todos os que continuam a viagem.
Para ti, que és parte do meu comboio, desejo-te uma…
… Viagem Feliz…

Pinkiah disse...

Olá Batata-maluca...
Sabes o que é "estar em fluxo"? Ou em estado de fluxo.. a doutrina diverge ;) sabes o que é? É um estado psicológico em que consegues desempenhar tarefas simples ou actividades complexas, mas fazendo-o com o máximo de eficácia, e o mínimo de esforço. Um exemplo.. Um grande pianista, quando toca, está em fluxo, nao pensa realmente no que está a fazer, não depreende grandes esforços para nos oferecer melodias extasiantes. Li o que escreveste sobre "estar quieto só a ver o mundo passar". E por momentos os pelitos dos braços arrepiaram-se, porque sinto o mesmo. Quando estás na serra, a olhar o nada que é tudo, a pensar em coisa nenhuma e só a existir feliz por momentos, penso realmente que possas estar em fluxo.Penso que possas estar mais perto da transcendência do que alguma vez pensaste que seria possível. E pensar nisso, dá-me esperança na Humanidade.
Rita

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