quarta-feira, junho 29, 2005

Ventoinhas...

Retirado de um outro blog que possuia anteriormente...

Quarta, Agosto 18, 2004
Andava eu a ler o Expesso, perdão "Expresso" desta semana, quando deparei com um belo dum artigo na revista, na coluna "Passeio Aleatório", por Nuno Crato, passo a citar:



Vendem-se agora umas ventoinhas de tecto curiosas. São modelos importados da América do Norte, onde são populares há muito tempo, empurrando o ar para baixo ou puxando-o para cima. De Verão usam-se fazendo o vento de cima para baixo. De Inverno, movendo o ar no sentido oposto. Como podem essas ventoinhas arrefecer e aquecer o ar ao mesmo tempo?
Na realidade, as ventoinhas aquecem sempre o ar, pois o seu motor eléctrico liberta calor. Se se fechar hermeticamente um quarto e se ligar nele uma ventoinha, o ar aquece, ainda que apenas uns décimos de grau. E tanto faz colocar a ventoinha no tecto como no chão, orientá-la num sentido como noutro.
Mas se estivermos dentro do quarto e a ventoinha fizer vento na nossa direcção, sentimos uma sensação de frescura; e essa sensação não é ilusória. O movimento de ar sobre a nossa pele acelera a evaporação do suor. Como a passagem do estado líquido ao gasoso absorve energia, a temperatura da água diminui e a nossa pele arrefece. Se a pele não fosse húmida, esse efeito não se notaria. Experimente o leitor: coloque um termómetro bem seco em frente a uma ventoinha - verá que a temperatura não desce. Rodeie agora a ponta com um algodão húmido e repita a experiência - verá que a temperatura desce.
O efeito é bem conhecido e tem sido usado desde há muitos séculos. No sul de Espanha, continuam a ser poopulares os leques de mão. Mas talvez uma viagem de automóvel, a alta velocidade e de janelas abertas, constitua a melhor oportunidade para sentir o efeito refrescante do vento.
Se o movimento do ar arrefece a nossa pele, como pode a ventoinha funcionar de Inverno? Não irá também arrefecer-nos? Curiosamente, isso não acontece, pois, de Inverno, colocam-se as pás a girar em sentido contrário e a pequena velocidade. Assim, puxando o ar gentilmente para cima, não há nenhum vento significativo sobre a nossa pele e não se acelera a evaporação do suor. O que há é uma circulação lenta do ar na sala e essa circulação faz com que as camadas de ar junto ao tecto, mais aquecidas e por isso mais leves, se misturem com as camadas de ar inferiores, que estão mais frias. A temperatura global da sala não se altera significativamente, mas fica mais homogénea. O ar junto a nós fica pois um pouco mais quente.
Se houver um radiador a funcionar, o efeito é ainda mais notório. Por melhor que seja o sistema de aquecimento, este concentra sempre o calor em certas áreas. As ventoinhas podem assim tornar-se muito úteis e reduzir os gastos de energia.
Para nos refrescarem no Verão e aquecerem no Inverno, as ventoinhas têm de provocar um vento mais rápido e concentrado quando empurram o ar contra nós do que quando o afastam de nós, puxando-o de baixo para cima. Parece de propósito, mas assim funcionam esse aparelhos. Para nos convencermos, basta fazer uma experiência simples: colocar uma mão à frente de uma ventoinha e outra atrás. Na parte fronteira, recebe-se um fluxo de ar forte. Na parte traseira, a aspiração do ar quase não se nota. É que o ar empurrado pela vontoinha arrasta mais ar à sua frente e, por inércia, o ar tende sempre a seguir em frente. Nas costas da ventoinha, o ar é aspirado, criando-se uma baixa pressão que é compensada por um influxo de ar proveniente de todas as direcções. Não há um jacto de ar bem direccionado, como o que sai pela frente.
Quem diria que uma ventoinha é um instrumento tão útil e curioso?



Pois é a última linha diz tudo...
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