quinta-feira, novembro 17, 2005

Mudar de Vida

Este texto foi publicado no jornal Público de 14 de Novembro de 2005!
Partilho-o aqui porque sinto que é bom desabafo de quem está farto da
mesma coisa, apesar de fazer parte do mesmo regime!
Boa leitura e bons pensamentos:

"O PSD não esteve bem no debate parlamentar sobre o Orçamento de
Estado para 2006.
A sua fragilidade decorreu dos argumentos aduzidos para funda­mentar o
voto contra o documento orçamental.
De facto, não é fácil sustentar que são, "em geral", correctos os
objec­tivos da política económica e social subjacente à proposta
orçamental e justificar um voto contra, na "generalidade", em questões
que de mero detalhe.
Os portugueses suspeitam, com razão, que se fosse o PSD a gover­nar,
estaria a aprovar aumentos de taxas moderadoras na saúde, a actualizar
as propinas, a reforçar o princípio do utilizador/pagador, a defender
uma carga fiscal com o peso da actual e a hesitar à volta de reformas
estruturais, reformas estruturais, cujos objectivos nin­guém tem
mostrado ter na cabeça.
A sustentar esta tese, recorde-se que o actual líder da Oposição foi o
porta-voz parlamentar de um Governo que, no essencial, adoptou, embora
de forma mitigada, idêntica matriz de governa­ção. No fundo, PSD e PS
transformaram-se no "clone" um do outro.
Este é um fenómeno que também encontra paralelo nos partidos do centro
no espaço europeu.
Na União Europeia, face à cri­se instalada, interiorizou-se que o
relançamento da economia e da competitividade só será possível com
urna única fórmula: reduzir direitos sociais e obrigar os cidadãos a
contribuírem aluda mais para o funcionamento dos serviços públicos.A
esta atitude juntam-se outras que transformaram a maioria dos líderes
europeus em verdadeiros pirómanos, ao pretenderem travar o descontrolo
das finanças públi­cas, com cortes significativos no investimento e
«aumento de im­postos sobre as empresas e sobre o consumo. Estas
medidas só têm servido para arrefecer ainda mais a economia europeia.
Este caminho é suicida porque parte de um diagnóstico errado da
realidade. A globalização é a única via capaz de promover um
desen­volvimento harmonioso ao nível mundial. Contudo, o liberalismo
económico assente na livre circu­lação de mercadorias e capitais terá
de ser acompanhado de acordos com os países de Leste e Oriente,
visando uma harmonização de regras sobre direitos humanos, ambientais,
sociais.
Sem essa harmonização, a Eu­ropa torna-se numa presa fácil às mãos da
capacidade de inovação americana e do capitalismo selva­gem do
Oriente.
Sem essa harmonização, esta­mos a destruir os nossos padrões de vida
em sociedade e o nosso con­ceito de Estado Social, a troco de uma
competitividade que nunca, por essa via, será atingida.
Enquadremos agora o caso português, no contexto desta análise
europeia, e regressemos ao documento orçamental.
O PSD devia votar contra este Orçamento mas por outras razões. Assim,
devia ter havido a clarivi­dência para defender uma redução da carga
fiscal, nomeadamente so­bre as empresas. E devia ter havi­do uma
verdadeira determinação social-democrata para defender o essencial da
arquitectura do nosso Estado Social.
Mas mais. Votar contra o Or­çamento, mas defender o inves­timento
público, pensado com objectivos mais reprodutivos, e não permitir que
seja travado em nome de objectivos estéreis.
As reformas da Administração Pública, da Justiça, da Saúde, da
Educação deviam avançar rápida e radicalmente. Com clareza devia­ se
propor ao País um contrato de cidadania conducente à acelerada
modernização da Máquina estatal.
Defender o Es­tado Social sim, mas adoptar legislação labo­ral que
permita agilizar e tornar mais eficiente a nossa adminis­tração
pública.Apostar na re­dução da carga fiscal; apostar na defesa dos
direitos sociais, com especial ênfase naqueles que incidem sobre os
reformados, é uma via que pode significar pro­gresso. E preciso
arriscar trilhar este caminho, embora sabendo que tal se irá traduzir
num esforço orçamental para a próxima meia dúzia de anos,
Todavia, estou convencido que este é o único caminho para que, em paz
social, se atinja a moderni­zação do Estado e o equilíbrio das contas
públicas.
A médio prazo, através do resultado das reformas acima propostas e, a
curto prazo, através da utilização transitória de receitas
extraordinárias, desmistificando os argumentos contra esta ideia.
Neste contexto, a constituição de um Fundo para o Desenvol­vimento e
Modernização, que financie um défice orçamental transitório, é uma
peça nuclear desta nova política.
A venda de parte do ouro ar­mazenado no Banco de Portugal e a emissão
de títulos da dívida pública de longo prazo, tal como tem sido
defendido por economis­tas como Miguel Cadilhe, a alie­nação
criteriosa de um imenso património imobilizado e inútil. e a afectação
a estes objectivos do próximo Quadro Comunitário de Apoio, são outros
pilares deste rumo alternativo.
Votar contra o Orçamento sim, mas apresentar uma contrapro­posta
credível e sustentada, era isso que gostava de ter visto o PSD fazer
no debate parlamentar. Dei aqui o meu contributo para um no­vo ramo e
uma nova política, que ajude a operar a modernização do Estado em meia
dúzia de anos. E que, desta maneira, Portugal sir­va de exemplo para
que também a Europa mude de vida."
Luís Filipe Menezes
Militante do PSD, presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia.

Os Violinos do Titanic

Para mais tarde, reflectir.

Escrito por Luís Salgado de Matos, Investigador de Ciências Políticas, cronista habitual do jornal Público, retirado da edição deste de 14 de Novembro de 2005:

"Os violinos do Titanic

Dentro de poucas semanas, o Banco Central Europeu (BCE) passará a recusar garantias dadas pelos países com economias deficitárias, Consequência? Aumentará o juro pago por estes maus alunos. Entre os quais Portugal.

Desde que há euro, quando um banco português aparecia a pedir dinheiro emprestado ao BCE e dava como garantia dívidas do Estado português – ou de empresas portuguesas bem classificadas -, o banco  aceitava as garantias - e emprestava. Dentro em breve, o BCE dirá: «desculpe, você tem a classificação A- (Amenos), dada pela agência Standard & Poor's e por isso não aceito as suas garantias».

Quarta-feira da semana passada, este foi este o tema da imprensa económica europeia. Este movimento do BCE não era uma surpresa. Era a resposta dos banqueiros centrais ao laxismo manifestado pelos políticos, quando aliviaram os requisitos do pacto de estabilidade. E, já agora, era também a resposta desses banqueiros à falta de discriminação dos mercados. Porque os mercados continuaram a dar um juro tão baixo aos maus devedores, tipo Portugal, como aos bons devedores.

Seja como for, os mercados aumentaram logo o "spread" sobre os empréstimos portugueses. Porque o risco português aumentou. Portugal ainda não está no A- mas para lá caminha. O leitor já começou a pagar mais pelo dinheiro transpirenaico que nos emprestam: o seu banco paga mais, o Estado mais paga. Os deputados, governamentais ou oposicionistas, abordaram este problema no debate orçamental? A televisão mencionou-o? A imprensa fustigou os banqueiros miseráveis que querem pôr o pobre Portugal a pagar mais pelo dinheiro dos ricos?

Além do preço do petróleo, o preço do dinheiro é o que mais afecta o orçamento do nosso Estado. Por isso, o debate parlamentar e jornalístico é a Rainha de Copas a dizer: «A sentença primeiro, as provas depois». Não há pior cego do que quem não quer ver. É melhor o leitor saber que a próxima decisão do Banco Central Europeu – o nosso Banco Central de Portugal – logo chegará à sua conta bancária. Sob a forma de juros mais altos e de mais desemprego.

Porque a triste verdade é: as más contas diminuem a capacidade de competir no mercado mundial. O último relatório do Fórum Mundial da Competitividade surpreendia-se porque a Suécia é muito concorrencial e tem um gigantesco sector público. A surpresa resulta do peso da ideologia: a ideologia liberal diz que o sector público diminui a competitividade.

A verdade é outra: o défice diminui a competitividade. Por uma razão óbvia. O deficitário paga a energia, os transportes e os salários ao mesmo preço do credor – mas este tem juros mais baixos. E por isso tem menores custos de produção. E, como tem menores custos de produção, vende mais barato.

Enquanto copiarmos o orçamento de despesas da Suécia e o orçamento de receitas do Burundi, não seremos concorrenciais."

sábado, novembro 12, 2005

Dar no duro...

Eu bem disse que ele ia suar hoje!

E já está, a primeira versão beta do Gestor de Frequências está na rua...

MigSoft ao Rubro....

Obrigado Zé, o meu apreço nesta minha pequena janela virada para o Mundo...

Já sei que isto não invalida as francesinhas... mas já dá para abater pelo menos uma na conta, não?!

LOL

Gracias amigo...

sexta-feira, novembro 11, 2005

Sexta Feira Morning!



Bolas, são 8h e já estou triste! Mea culpa, que à dois dias que ando sem o painel da frente do rádio no carro, e isso tem feito a diferença toda, quer dizer, nunca sei quais são as piadas do dia, porque os tipos da Rádio Nova até sabem dar um ânimo aos primeiros minutos do dia!

Bem, e hoje também tinha que haver um acidente na VCI, dos dois lados, no mesmo sítio... dum lado carro capotado e coisa e tal, no outro sítio, um tau tau no rabo do da frente, que não tinha nada que parar para ver... :D Ambos nas faixas da esquerda, o trânsito estava bonito... Mas quem é que se lembra de ter acidentes antes das 7h20m... que lata, por isso mesmo é que têm acidentes... :)

Tenho mesmo é de começar a pensar em andar de metro, mas para isso, tenho de apanhar o comboio às 7h06... o que me implica na mesma ir de carro até à estação e ter de sair de casa antes das 6h55, para poder estar a tempo com folga na estação... Ora bem a essa hora ponho-me no Porto num saltinho... e sem trânsito e sem acidentes... normalmente... mas adiante... no comboio sempre pode ler o jornal e tendo em conta que em espinho ainda não distribuem o destak nem o metro, tinha de comprar um... é um investimento de quase 1€ por dia... com o preço do passe, vai quase para os gastos do gasóleo...

Benhe, tenho é de arranjar vida e vou tirar finalmente cópias da ficha de betão para entregar...
O fds é que vai ser complicado...

P.S.: Tenho de por o zézito a render... prepara-te para fazer mais uns programitas...

sexta-feira, novembro 04, 2005

Nokia 6630 reboot


Descobri hoje que o meu telele, tem um problema... e da pior forma... :)

Quando se liga entre num ciclo vicioso, de mostra o logotipo da Nokia e não sai de lá...
Adeus contactos... já estou a imaginar o ppl todo a entrar para o buraco como no anúncio da TMN...

Já tentei fazer um harware reset, mas o gajo parece que ficou completamente bloqueado... só reage, quando lhe tiro a bateria... ;)


ACTUALIZAÇÃO

Consegui finalmente resolver esta situação, tentei o hard reset, mas sem o cartão de memória e o rapaz ficou fino, só que sem dados nenhum, perdeu todas as configurações e contactos que lhe tinha dado...
Bem, mas é um mal menor, pelo menos já dá sinal de vida outra vez... (acho que já me arrependi de o arranjar, também...)

RECEITA

Ora bem para quem tiver na mesma situação, aqui vai a solução...
Como não tem a possibilidade de se fazer um CTRL+ALt+DEL como no PC, a solução é quando o telefone está a reiniciar carregar e deixar primidas as seguintes teclas: TECLA VERDE DE CHAMADA, * (asterisco) e 3 (número três), assim o telefone fica limpinho...

Espero que isto não aconteça muitas mais vezes... a ver se descubro uma nova versão de firmware para isto...

quinta-feira, novembro 03, 2005

Poesia

Hoje, o Zézito puxa à conversa, no blog dele o tema poesia…

Para mim a poesia traz-me grandes recordações e também grandes controvérsias, mas como se diz, águas passadas não movem moinhos (acho que simbologia perfeita seria azenhas) …

De qualquer maneira, queria marcar este dia com um Poema de uma grande Senhora, que me ensinou a gostar de ler Poesia, e arrisco a dizer que através da sua leitura aprendi o que na realidade é Poesia…

“Poesia
Se todo o ser ao vento abandonamos
E sem medo nem dó nos destruímos,
Se morremos em tudo o que sentimos
E podemos cantar, é porque estamos

Nus em sangue, embalando a própria dor
Em frente às madrugadas do amor.

Quando a manhã brilhar refloriremos
E a alma possuirá esse esplendor
Prometido nas formas que perdemos."

Sophia de Mello Breyner Andresen




quarta-feira, junho 29, 2005

Ventoinhas...

Retirado de um outro blog que possuia anteriormente...

Quarta, Agosto 18, 2004
Andava eu a ler o Expesso, perdão "Expresso" desta semana, quando deparei com um belo dum artigo na revista, na coluna "Passeio Aleatório", por Nuno Crato, passo a citar:



Vendem-se agora umas ventoinhas de tecto curiosas. São modelos importados da América do Norte, onde são populares há muito tempo, empurrando o ar para baixo ou puxando-o para cima. De Verão usam-se fazendo o vento de cima para baixo. De Inverno, movendo o ar no sentido oposto. Como podem essas ventoinhas arrefecer e aquecer o ar ao mesmo tempo?
Na realidade, as ventoinhas aquecem sempre o ar, pois o seu motor eléctrico liberta calor. Se se fechar hermeticamente um quarto e se ligar nele uma ventoinha, o ar aquece, ainda que apenas uns décimos de grau. E tanto faz colocar a ventoinha no tecto como no chão, orientá-la num sentido como noutro.
Mas se estivermos dentro do quarto e a ventoinha fizer vento na nossa direcção, sentimos uma sensação de frescura; e essa sensação não é ilusória. O movimento de ar sobre a nossa pele acelera a evaporação do suor. Como a passagem do estado líquido ao gasoso absorve energia, a temperatura da água diminui e a nossa pele arrefece. Se a pele não fosse húmida, esse efeito não se notaria. Experimente o leitor: coloque um termómetro bem seco em frente a uma ventoinha - verá que a temperatura não desce. Rodeie agora a ponta com um algodão húmido e repita a experiência - verá que a temperatura desce.
O efeito é bem conhecido e tem sido usado desde há muitos séculos. No sul de Espanha, continuam a ser poopulares os leques de mão. Mas talvez uma viagem de automóvel, a alta velocidade e de janelas abertas, constitua a melhor oportunidade para sentir o efeito refrescante do vento.
Se o movimento do ar arrefece a nossa pele, como pode a ventoinha funcionar de Inverno? Não irá também arrefecer-nos? Curiosamente, isso não acontece, pois, de Inverno, colocam-se as pás a girar em sentido contrário e a pequena velocidade. Assim, puxando o ar gentilmente para cima, não há nenhum vento significativo sobre a nossa pele e não se acelera a evaporação do suor. O que há é uma circulação lenta do ar na sala e essa circulação faz com que as camadas de ar junto ao tecto, mais aquecidas e por isso mais leves, se misturem com as camadas de ar inferiores, que estão mais frias. A temperatura global da sala não se altera significativamente, mas fica mais homogénea. O ar junto a nós fica pois um pouco mais quente.
Se houver um radiador a funcionar, o efeito é ainda mais notório. Por melhor que seja o sistema de aquecimento, este concentra sempre o calor em certas áreas. As ventoinhas podem assim tornar-se muito úteis e reduzir os gastos de energia.
Para nos refrescarem no Verão e aquecerem no Inverno, as ventoinhas têm de provocar um vento mais rápido e concentrado quando empurram o ar contra nós do que quando o afastam de nós, puxando-o de baixo para cima. Parece de propósito, mas assim funcionam esse aparelhos. Para nos convencermos, basta fazer uma experiência simples: colocar uma mão à frente de uma ventoinha e outra atrás. Na parte fronteira, recebe-se um fluxo de ar forte. Na parte traseira, a aspiração do ar quase não se nota. É que o ar empurrado pela vontoinha arrasta mais ar à sua frente e, por inércia, o ar tende sempre a seguir em frente. Nas costas da ventoinha, o ar é aspirado, criando-se uma baixa pressão que é compensada por um influxo de ar proveniente de todas as direcções. Não há um jacto de ar bem direccionado, como o que sai pela frente.
Quem diria que uma ventoinha é um instrumento tão útil e curioso?



Pois é a última linha diz tudo...

terça-feira, maio 17, 2005

TU!

Poema capa da revista Cães & Gatos, nº 38
(dedico ao meu cão)

TU

"Tu és um saco de pulgas.
Tu nunca tiveste um minuto de trabalho.
Tu lambes a cara de desconhecidos
com a única intenção de me envergonhar.

Pot vezes, tresandas como uma manta
velha, mal cheiros e húmida.

Não és apenas daltónico
tu nem sequer sabes distinguir
uma carpete de um sofá.

Tu finges que achas a palavra
"não" incompreensível.
Tu insistes em partilhar o teu desafinado
latido com a vizinhança inteira.

Por alguma razão, tens medo de estátuas.
As estátuas põem-te louco.

Tu não tens vergonha nenhuma.

Tu és a coisa mais preguiçosa, suja,
teimosa e presunçosa que conheci
em toda a minha vida.

Mas eu acho que és perfeito."

Este poema, encontra-se inserido na grande campanha de 2005 da Pedigree para dignificar os cães portugueses...
Eu contribuo desta forma.
Qualquer dia posto uma foto minha com o Douro... esse grande malhuko!

sábado, abril 23, 2005

Sonos e sonhos...

Finalmente...
É preciso andar com uma carga de insónias, para perder algum tempo em frente ao pc a olhar para coisa nenhuma... e isto era uma dessas coisas que tinha que fazer... mandar um post para o meu blog a sério... :D
Quanto a sonhos, não estou muito há vontade com eles (esperem até que um dia me saia o EuroTostões, depois posso falar deles...), mas quanto ao sono já é muito, mas o dormir é que nada.
Hoje revi amigos de longa data, foi óptimo... Eles estiveram ao meu lado em momentos mais baixos da minha existência e muito aprendi com eles...
Mas a vida toma rumos diferentes e os amigos por vezes separam-se da vista mas não do coração.
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